Ah, o Natal... Ouço pessoas criticarem o consumismo desenfreado que toma as pessoas nesta época cujo significado perdeu-se entre árvores, brinquedos e Papai Noel. Certo, tudo certo...
Mas eu prefiro lembrar que neste final de ano, devido ao famigerado consumismo, milhões de empregos foram gerados e milhões de pessoas puderam resgatar um pouco de sua dignidade.
Prefiro lembrar que neste momento, por conta do dinheiro extra que receberão, muitos pais e mães de família poderão oferecer uma mesa mais farta aos seus filhos.E que devido a alta propaganda de solidariedade que se faz nesta época, crianças carentes poderão ganhar, sim, algum brinquedo.
Prefiro lembrar que muitas pessoas tomadas pelo espírito disseminado nesta época mover-se-ão à caridade e a solidariedade com o próximo.E que você... você poderá, enfim, dar e receber o abraço daquelas pessoas que você gosta mas que por falta de “motivo” para abraçar ficou contido até agora...
Ah, como Deus escreve certo por linhas tortas. O que era para ser “apenas” a celebração do nascimento de Jesus, universalizou-se numa celebração de Fraternidade e Amor.Bem ou mal, o Amor está em toda parte!
E se ainda assim você não quiser celebrar esta data, não tem problema:Quero convidar-te a fazer como fossem Natal todos os teus dias!
Augusto Branco
sexta-feira, dezembro 24, 2010
sábado, dezembro 18, 2010
Será este o verdadeiro rosto do amor?
"- Anda, vem comigo - ordenou-me.
- Não posso nem devo - disse-lhe eu, levantando-me e seguindo-a. - O doutor Pineau proibiu-mo. Pelo menos durante dois meses, não te posso tocar e muito menos fazer amor contigo. E não te tocarei, nem farei amor contigo, até estares curadinha. Entendido?
Tínhamo-nos metido já na cama dela e ela enroscou-se contra mim e apoiou a cabeça no meu ombro. Senti o seu corpo, que era só pele e osso, e os seus pequenos pés gelados contra as minhas pernas e percorreu-me um calafrio da cabeça aos calcanhares.
- Não quero que faças amor comigo - sussurrou-me, beijando-me no pescoço. - Quero que me abraces, que me dês calor e que me tires o medo que sinto. Estou a morrer de terror.
O seu corpinho, uma forma cheia de arestas, tremia como varas verdes. Abracei-a, esfreguei-lhe as costas, os braços, a cintura, e estive muito tempo a dizer-lhe coisas doces ao ouvido. Nunca deixaria que ninguém voltasse a fazer-lhe mal. Tinha de fazer muita força para se restabelecer depressa e recuperar as forças, a vontade de viver e de ser feliz. E para ficar bonita outra vez. Ouvia-me muda, soldada a mim, percorrida de vez em quando por sobressaltos que a faziam gemer e retorcer-se. Muito depois, senti que adormecia. Mas ao longo de toda a noite, no meu semi-sono, senti-a estremecer, queixar-se, presa daqueles recorrentes ataques de pânico. Quando a via assim, tão desamparada, vinham-me à cabeça imagens do sucedido em Lagos e sentia tristeza, cólera, ferozes desejos de vingança contra os seus vitimários."
Mario Vargas Llosa - Travessuras da Menina Má
sábado, dezembro 11, 2010
“As pessoas pensam que uma alma gémea é o seu encaixe perfeito, e é isso que toda a gente quer. Mas uma verdadeira alma gémea é um espelho, é a pessoa que te mostra tudo aquilo que te prende, a pessoa que te chama a atenção para que possas mudar a tua vida. Uma verdadeira alma gémea é, provavelmente, a pessoa mais importante que alguma vez conhecerás porque irá derrubar os teus muros e despertar-te à força. Mas viver com uma alma gémea para sempre? Não. Demasiado doloroso. As almas gémeas entram na nossa vida apenas para nos revelar outras camadas de nós próprios, e depois vão embora.”
quarta-feira, dezembro 01, 2010
“a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher. depois, ainda nessa mesma tarde, trouxeram a imagem da nossa senhora de fátima e disseram que, com o tempo, eu haveria de ganhar um credo religioso, aprenderia a rezar e salvaria assim a minha alma.”
Valter Hugo Mãe - a máquina de fazer espanhóis
Queres um cigarro? Eu vou fumar um. Acendo-os agora como tu me ensinaste, com um fósforo grande, deixando que arda durante um bocado até que o sulfato consuma completamente e não estrague o sabor do tabaco....
...não é fácil, eu sei. Hás-de ter sentido a falta de qualquer coisa, da humanidade de um som que te fizesse descer à terra, do calor que a minha voz não tinha. Eu sei. Ninguém vive só de amor e muito menos de um amor quase ausente. Eu sei, eu sei que é estranho este meu modo de ser e de te dizer, em silêncio, que te amo.
Manuel Jorge Marmelo
foto: olhares.aeiou.pt/CSal
...não é fácil, eu sei. Hás-de ter sentido a falta de qualquer coisa, da humanidade de um som que te fizesse descer à terra, do calor que a minha voz não tinha. Eu sei. Ninguém vive só de amor e muito menos de um amor quase ausente. Eu sei, eu sei que é estranho este meu modo de ser e de te dizer, em silêncio, que te amo.
Manuel Jorge Marmelo
foto: olhares.aeiou.pt/CSal
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