Fotografia: Jean Baptiste Mondino
quarta-feira, dezembro 31, 2014
domingo, novembro 02, 2014
"O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos
como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traições.
Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações, da
falta de brilho".
Anais Nin
Fotografia: Letitia as a doll on Britain & Ireland's Next Top Model
Ouve-se: Sam Smith - I'm not the only one
sábado, outubro 11, 2014
Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim.
Clarice Lispector, in A Descoberta do Mundo
Fotografia: autor desconhecido
Ouve-se: Everything But The Girl - Missing
quinta-feira, setembro 25, 2014
Caiu-me a alma a uma latrina, preciso de um banho por dentro!
Fotografia: desconhecido
Ouve-se: Kataleya - Hoje é hoje
domingo, setembro 14, 2014
Nunca encontrei mulher mais cobarde do que eu.
Recapitulo: mulheres que estão à espera como eu, não, nenhuma é assim tão cobarde.
Recapitulo: mulheres que estão à espera como eu, não, nenhuma é assim tão cobarde.
Fotografia: Jean Baptiste Mondino
Ouve-se: U2 - Invisible
domingo, agosto 10, 2014
Quantos homens serão necessários para me esquecer do teu abraço?
Pedro Chagas Freitas in Prometo Falhar
Fotografia: Mark Seliger
Ouve-se: Mariza - O tempo não para
Continuamos a mastigar a felicidade mesmo quando não tem mais paladar
E ficamos a digeri-la até o paladar voltar
Fotografia: Nick Dorey
Ouve-se: Tiago Bettencourt - Morena
A ferida por baixo da cicatriz
- quem cura?
- quem cura?
Fotografia: Autor desconhecido
Ouve-se: Enrique Iglesias - El Perdedor
Quando eu pensava que não podia ser mais feliz, manhã após manhã era mais, mas só um bocadinho mais do que o máximo humanamente possível; pensava eu ser absolutamente impossível que eu fosse, de repente, muito mais feliz, do que a própria felicidade até. Mas, de repente, fui. Muito mais. Casei com o meu amor e o meu amor tornou-se a minha mulher, minha em tudo, para tudo, para sempre. E eu, finalmente, consegui divorciar-me de mim e deixar de ser tão triste e aborrecidamente meu, trocando-me, no melhor negócio do século, por ela. Ela ficou minha. Eu fiquei dela. É ou não é estranho e lindo e bem pensado por Deus Nosso Senhor que ambos pensemos que nos livrámos de boa e ficámos a ganhar? É.
É sim. A minha
mulher é mais minha do que eu alguma vez fui meu — e eu antes não podia
ter sido mais para mim, felizmente. (...)
Não me venham com modernismos de meia-tijela, liberalices sem fundamento humano, tretas de quem não ama, de quem não aspira ser de outro, amado, que nos ama. Casar é trocar. Casar é trocar a liberdade podre, que é a de cada um, pela posse rica, que é a de quem se quer. E casando se passa a ter, absolutamente, por vontade de quem se dá e de quem recebe.
Casando por amor prescinde-se do nosso pior inimigo (nós próprios), entregando-o a quem sabe e gosta de aproveitá-lo, abusá-lo, tirar o maior prazer dele. E recebe-se quem mais queremos, para dela fazermos o que queremos, que é tudo.
Não me venham com modernismos de meia-tijela, liberalices sem fundamento humano, tretas de quem não ama, de quem não aspira ser de outro, amado, que nos ama. Casar é trocar. Casar é trocar a liberdade podre, que é a de cada um, pela posse rica, que é a de quem se quer. E casando se passa a ter, absolutamente, por vontade de quem se dá e de quem recebe.
Casando por amor prescinde-se do nosso pior inimigo (nós próprios), entregando-o a quem sabe e gosta de aproveitá-lo, abusá-lo, tirar o maior prazer dele. E recebe-se quem mais queremos, para dela fazermos o que queremos, que é tudo.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Português'
Fotografia: Autor desconhecido
Ouve-se: Enrique Iglesias - Bailando
domingo, julho 20, 2014
"Nem todas as verdades são para todos os ouvidos"
Fotografia: Jean Baptiste Mondino
Ouve-se: Anselmo Ralph - Única mulher
terça-feira, julho 08, 2014
Todos os corações têm um limite. E é na diferença no que acontece depois desse limite que se faz a diferença entre as pessoas: alguns corações, depois do limite, explodem – e atiram para fora tudo o que estava por dentro a magoar; outros corações, depois do limite, implodem – e atiram para dentro tudo o que estava por fora a magoar.
Seja como for: todos os corações acabam em cacos.
Seja como for: todos os corações acabam em cacos.
Pedro Chagas Freitas - "In Sexus Veritas"
Fotografia:Eduardo Gageiro
Ouve-se: Peggy Lee - Fever
domingo, junho 29, 2014
Procura-me por todos os lados, procura-me
às escuras por todos os lados, estarei
algures, fremindo, criando bichos entre
os braços e as pernas, aguardando que
me salves. só assim te amarei, se souberes
descortinar o caminho para o lugar onde
me escondo, com medo, com fantasmas,
feito para ser amado apenas por quem,
avistando-me no fundo do poço, me
puder querer sem garantia de outra condição
às escuras por todos os lados, estarei
algures, fremindo, criando bichos entre
os braços e as pernas, aguardando que
me salves. só assim te amarei, se souberes
descortinar o caminho para o lugar onde
me escondo, com medo, com fantasmas,
feito para ser amado apenas por quem,
avistando-me no fundo do poço, me
puder querer sem garantia de outra condição
Fotografia: Lincoln Clarkes
Ouve-se: One Republic - What you wanted
Intimidade é coisa rara e prescinde de instruções.
Intimidade é sentir-se tão à vontade com outra pessoa como se estivesse sozinho. É não precisar contemporizar, atuar, seduzir. É conseguir ir pra cama sem escovar os dentes, é esquecer de fechar as janelas, é compartilhar com alguém um estado de inconsciência.
Dormir juntos é muito mais íntimo que sexo.
Intimidade é sentir-se tão à vontade com outra pessoa como se estivesse sozinho. É não precisar contemporizar, atuar, seduzir. É conseguir ir pra cama sem escovar os dentes, é esquecer de fechar as janelas, é compartilhar com alguém um estado de inconsciência.
Dormir juntos é muito mais íntimo que sexo.
Fotografia: Peter Lindbergh
Ouve-se: Passenger - The Wrong Direction
sábado, junho 21, 2014
Quando, ao jantar, te pergunto
- Estás a pensar em quê?
respondes-me sempre
- Em nada
a estenderes a mão ao galheteiro e não é verdade, estás a pensar
- Porque é que o aturo?
a pensar
- Se não fossem os miúdos fazia a mala amanhã
a pensar
- Como é que eu me meti nisto?
tudo sem me olhares, é claro (...)
Fotografia: Jean Baptiste Mondino
quarta-feira, junho 04, 2014
You have to learn to get up from the table when love is no longer being served.
Fotografia: Jean Baptiste Mondino
Ouve-se: Tom Odell - Another love
sábado, maio 03, 2014
Estou de luto
Morreste-me
Ouve-se: Tom Enzy FT Mikkel Solnado - Get up
Fotografia:Jean Baptiste Mondino
domingo, abril 20, 2014
sábado, março 22, 2014
Quando me levanto, não sei se estou doente ou se é só a solidão. Foram estas as tuas palavras ao balcão, entre as pessoas que entravam e saíam, e nenhuma reparava que havia alguém ali a gritar uma dor que de tão funda não se ouvia. Mal te conheço, mas depois disto é como se nos conhecêssemos. Talvez um dia use esse batom vermelho, esses brincos dourados de metal barato a coroar o penteado de cabeleireiro, e no sorriso a mesma largura triste de uma distância que jamais se alcançará (será ela que nos une uma vez mais). Antes disso, vou falar-te das minhas manhãs quando me levanto. Um peso no corpo, uma morte no olhar, corredor estreito por onde os passos avançam em direcção ao copo onde dissolvo a vitamina C em água. Logo o cigarro, a primeira baforada, como se uma esperança, embora uma esperança de nada. Seguir para o banho, copo e cigarro, o espelho em frente, cercado por azulejos brancos macabros. O resto já sabes, não preciso dizê-lo.
Somos assim dois, eu e tu.
Somos assim dois, eu e tu.
quarta-feira, março 05, 2014
Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ela disse-lhe que queria ter um passado com ele. Não era um futuro, que é uma coisa incerta, mas um passado, que é isso que têm dois velhos depois de passarem uma vida juntos. Quando disse que queria ter um passado com alguém, queria dizer tudo. Não desejava uma incerteza, mas a História, a verdade.
Ouve-se: Idina Menzel - Let it Go
quarta-feira, fevereiro 19, 2014
William Faulkner
Fotografia: Mark Seliger
Ouve-se: A Great Big World & Christina Aguilera - Say Something
Fotografia: Mark Seliger
Ouve-se: A Great Big World & Christina Aguilera - Say Something
domingo, janeiro 19, 2014
Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada, há um interior escondido
Raul Brandão (preâmbulo do livro Claraboia, de José Saramago)
Fotografia: Jean Baptiste Mondino
Ouve-se: Colbie Caillat - Hold on
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