"Habituamo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermercado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era.
Consertar?
Não compensa: o arranjo sai caro, além de que nunca se sabe muito bem onde procurar a peça que falta.
Substituímos a eternidade pela repetição, e o mundo começou a tornar-se monótono como uma lição de solfejo.
Tememos a maior das vertigens, que é a da duração. Mas no fim de cada sucesso há um cemitério como de Julieta e Romeu, apenas com a diferença da aura, que é afinal tudo."
Inês Pedrosa
Nas tuas mãos
Nenhum comentário:
Postar um comentário