quinta-feira, outubro 08, 2009


 
"Habituamo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermercado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era. 
Consertar? 
Não compensa: o arranjo sai caro, além de que nunca se sabe muito bem onde procurar a peça que falta. 
Substituímos a eternidade pela repetição, e o mundo começou a tornar-se monótono como uma lição de solfejo. 
Tememos a maior das vertigens, que é a da duração. Mas no fim de cada sucesso há um cemitério como de Julieta e Romeu, apenas com a diferença da aura, que é afinal tudo."
 
Inês Pedrosa 
Nas tuas mãos

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