Diogo deu a mão à rapariga e depois um beijo e logo se seguiu um abraço e tudo recomeçou; as línguas devoraram as bocas e as mãos exploraram os corpos, os ventres colidiram esfaimados.(...)
"Não" disse. "Isso não!"
O soldado sentia-se perder o controlo, mas conseguiu deter-se.
"Porque? Não Queres?"
Ela exalou um som estranho, mistura de suspiro com gemido.
"Oh, se quero! Mas não posso! Nao posso!"
"Porque?"
"Porque... porque é cedo.Mal nos conhecemos!..."
Diogo inclinou-se sobre o rosto dela e colou os lábios aos lábios dela.
"Mas eu amo-te"
"Eu também...", titubeou "eu também...mas não podemos!... Precisamos de tempo"
(...)
"Não temos tempo, meu amor"
"Que disparate! Claro que temos! Temos o tempo que quisermos"
"Eu sou um soldado meu amor" murmurou, lançando o às que tinha na manga.(...)"isso quer dizer que nem sei se amanhã estarei vivo. Entendes isso?"
(...)
A rapariga começou a chorar.
"Não... Não quero... Não te pode acontecer nada!..."
"E se acontecer? Como podes tu negar-nos o amor que merecemos? Como poderás tu viver com a consciência de que nem sequer me deixaste amar-te como um homem ama uma mulher?" (...)"Ama-me como se me perdesses amanhã".
Incapaz de resistir mais um segundo que fosse, Sheila puxou-o para si, estreitando-o num abraço esfaimado, e beijo-o longamente na boca. O rapaz sentiu o corpo dela abandonar as defesas e as pernas entreabrirem-se, numa rendição que era também um convite, sínal inequivoco que o ferro se dobrara enfim (...)
José Rodrigues dos Santos - O Anjo Branco
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