"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo.
Perdoem
excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e
tanto.
Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão
dentro-fora de mim: SECAS.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver.
Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre
a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu
estou aqui, eu te toco também."(...)
Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87
Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87
Fotografia: retirada da internet
Ouve-se: GNR - saliva
Um comentário:
"Eu quero casar contigo amanha
Abre os olhos vem comigo, diz: Parar"
Já deste por ti a pensar como é alguém dizer-te: "Eu quero casar contigo"?
Postar um comentário