Cansados de inventar palavras
De dar nome ao silêncio para afugentar tristezas
Cansados de olhar para o céu rogando que chova
Que a água ou o vento tragam um gesto que nos devolva a vida
Cansados de pedir aos mortos que encham as nossas horas
Que inundem com as suas vozes o nosso leito obscuro
Cansados por fim de acreditar em labirintos
Optamos por deixar de interrogar as esquinas por ignorar promessas
Optamos por fim por essa eternidade que é o esquecimento.
Martha Carolina Dávila
Fotografia: Alexi Lubomirski
Ouve-se: Delfins - Sou como um rio
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