quinta-feira, dezembro 28, 2006


É a história de duas pessoas que amam.
É isso;Que amam sem terem sido avisadas...
É um amor que já ama, que invade
E que fica aquém de tudo o que se poderia dizer dele...

sexta-feira, dezembro 22, 2006



Há dias em que gostava de ser como o gato e que me tocasses sem desejar encontrar quaisquer sentimentos a não ser o que se exprime num espreguiçar muito lento e que depois me deixasses deitado no sofá sem que nada pudesses levar da minha alma, pois nem saberias o que dela roubar.
In «Assinar a Pele» de Pedro Paixão

O que tanto zelamos na fileira dos dias,
O que tanto brigamos para guardar, de repente não presta mais
(Fabricio Carpinejar)

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Preciso de outro dia para aprender...

Foi o tempo que perdeste
Com a rosa
Que tornou a rosa
Tão importante para ti.


(O principezinho,
de Saint-Exupéry)
Não esperes nunca de mim que eu seja fiel a qualidades que não tenho.
O que podes é contar com as que tenho, porque nessas não te falharei nunca.
(Miguel Sousa Tavares, ‘Equador’)

sexta-feira, outubro 27, 2006


Nem sempre dizemos o que sentimos

Mas nunca deixamos de sentir

Aquilo que não dizemos

terça-feira, outubro 24, 2006


É possível sentirmos ou imaginarmos

O cheiro de quem não conhecemos?


segunda-feira, outubro 23, 2006


O carpinteiro terminou mais um dia de trabalho.
Como era fim-de-semana,
resolveu convidar um amigo para beber algo em sua casa.
Ao chegar, antes de entrarem, o carpinteiro parou por alguns minutos,
em silêncio, diante de uma árvore que ficava no jardim.
Em seguida, tocou nos seus ramos com ambas as mãos.
Imediatamente, o seu rosto mudou.
Entrou em casa a sorrir, foi recebido pela mulher e pelos filhos,
contou histórias, e saiu para beber com o amigo na varanda.
Dali podiam ver a árvore.
Sem conseguir controlar a sua curiosidade,
o amigo perguntou-lhe o que fizera antes.
- Ah, esta é a árvore dos meus problemas - respondeu. -Sei que não posso evitar ter aborrecimentos no meu trabalho, mas estas preocupações são minhas, e não pertencem à minha mulher nem aos meus filhos.
Assim, quando chego aqui penduro os meus problemas nos ramos daquela árvore. No dia seguinte, antes de sair para o trabalho, recolho-os de novo.
O mais curioso, porém, é que quando saio de manhã e vou procurá-los, alguns já não estão mais ali, e outros parecem bem menos pesados do que na noite anterior.

quinta-feira, outubro 19, 2006


Será o Amor uma Palavra?

Talvez o amor seja mesmo só mais uma palavra.
Uma palavra como, violeta, borboleta, carro ou outra qualquer.
Enfim, uma palavra…
Facilmente se chega à conclusão
Que o amor não é eterno, não é constante,
Não é invariável, não é contínuo, não é certeza.
O amor tem etapas e tem fases.
A fase do agora apaixonadamente sim,
A do talvez seja ainda, ou talvez possa ser de novo.
E a que se cala, a que não se diz, a que se esconde e se mascara,
A que se arrasta e se prolonga...
Quando já não é.
O final.
O agora não.
Uma palavra….
O amor não faz mover montanhas, não seca oceanos,
Não faz nascer estrelas, cometas, constelações,
Não abala os fundamentos do universo,
Não anula distâncias, senão a do pensamento.
E não altera um segundo o passar do tempo.
O amor é uma palavra!
Mas enquanto é sim
Mas enquanto é grande
Mas enquanto é tudo
Mas principalmente enquanto é sentida
Aqui está um pouco da alma.
Mas não há nada como o olhar...
Reflecte tudo aquilo que se sente.

terça-feira, outubro 17, 2006

Infelizmente ainda há pessoas
que vivem pelas ruas
às apalpadelas,
encostadas aos sonhos
tropeçando na escuridão...

quarta-feira, outubro 04, 2006





E se eu dançasse para ti
E te mostrasse com os movimentos do meu corpo
As palavras que não te sei dizer?

sábado, setembro 23, 2006

Porque haverias

De querer minha alma na tua cama?


Sonhar permite que cada um e todos de nós sejamos loucos,

Silenciosamente e com segurança, cada noite de nossas vidas.

William C. Dement,

sexta-feira, setembro 22, 2006


Há mundos que não se tocam

Hoje despi as máscaras


Não percebes, aproximo-me,
Sussurrando aos teus ouvidos.
Já não seduzo...
Sou seduzido.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Decifra-me.
Se me queres,
tenta-me.
Há portas que estão
apenas aparentemente
fechadas.
Abre-as!
Uma delas dá acesso a
uma sala e dentro dela
há um piano.
Entra
E toca-me.
Se teus dedos produzirem
música, terás
me aprendido.

sábado, setembro 16, 2006



Poderá a memória
guardar a beleza de um toque?

quarta-feira, setembro 06, 2006














Não me perguntes de onde venho e para onde vou.
Pergunta-me se volto.

quarta-feira, agosto 30, 2006


QUERO SER UM TELEVISOR

A professora Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redação e nessa
redação o que eles gostariam que Deus fizesse por eles.

À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada.

O marido, nesse momento, acaba de entrar, a vê chorando e diz:
"O que aconteceu?"
Ela respondeu:
"Leia".

Era a redação de um menino.
"Senhor, esta noite te peço algo especial:
me transforme em um televisor.
Quero ocupar o seu lugar.
Viver como vive a TV de minha casa.
Ter um lugar especial para mim, e reunir
minha família ao redor...
Ser levado a sério quando falo...
Quero ser ocentro das atenções e ser escutado sem interrupções nem questionamentos.
Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado.
E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me.
E ainda que meus irmãos "briguem" para estar comigo.
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para
passar alguns momentos comigo.
E, por fim, que eu possa divertir a todos.
Senhor, não te peço muito...
Só quero viver o que vive qualquer televisor!"

Naquele momento, o marido de Ana Maria disse:
"Meu Deus, coitado desse menino".
"Nossa, que coisa esses pais".
E ela olha:
"Essa redação é do nosso filho".

segunda-feira, agosto 28, 2006


“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas
não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é
reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é
deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da
própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas
ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é
não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “
não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas,
um dia vou construir um castelo…”.

Fernando Pessoa

domingo, agosto 27, 2006

Triste é a vida
de um homem
quando a sua
E
S
P
E
R
A
N
Ç
A Está na fuga!


sábado, agosto 26, 2006


"Quem são aquelas pessoas?"
Diremos...
que eram nossos amigos e...
isso vai doer tanto!
Foram meus amigos,
foi com eles que vivi
tantos bons anos da minha
vida!
A saudade vai apertar
bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar,
ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrimas abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
desde aquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a
viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo:
não deixes que a vida te passe em branco
e que pequenasadversidades
sejam a causa de grandes tempestades...


Fernando Pessoa

quinta-feira, julho 27, 2006


Hoje depositei a minha vida num barco
Que navega sem rumo
Que vive sem norte
Hoje mergulhei na lembrança
E fugi da realidade
Hoje sonhei novamente
Hoje acreditei
Hoje respirei
E saboriei o vento
Hoje. . .
Hoje principalmente vivi!

terça-feira, julho 11, 2006


"Para sempre é muito tempo.
O tempo não pára!
Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."

segunda-feira, junho 12, 2006











Há lugares onde só chega quem não receia

terça-feira, junho 06, 2006







Não é a casa que nos abriga,
nós é que abrigamos a casa,
pois é a ternura que sustenta o tecto.

Mia Couto in O outro pé da sereia

domingo, junho 04, 2006


nada dura

sempre mas

tudo nao se

perde nunca

domingo, maio 14, 2006


Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te ali. A princípio não te vi: não soube que ias comigo, até que as tuas raízes atravessaram o meu peito, se uniram aos fios do meu sangue, falaram pela minha boca, floresceram comigo.

Pablo Neruda

sábado, maio 13, 2006

"Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra,

Seja no meio do deserto ou seja no meio das grandes cidades,

E quando estas pessoas se cruzam e seus olhos se encontram

Todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância,

E só existe aquele momento "

(PAULO COELHO)

" A essência das coisas é senti-las tão densas e tão claras,

que não possam conter-se por completo nas palavras."

(GLÓRIA DE SANT'ANNA)

sexta-feira, maio 12, 2006

Procuramos desenhar uma vida
mas por vezes não sabemos pegar no lápis



Há sentimentos que nos deixam assim...

quinta-feira, maio 04, 2006



Tudo o que sou

não é mais do que abismo
Em que uma vaga luz
Com que sei que sou eu,

e nisto cismo,
Obscura me conduz.

Um intervalo

entre não-ser e ser
Feito de eu ter lugar
Como o pó,

que se vê o vento erguer,
Vive de ele o mostrar.


Fernando Pessoa

quarta-feira, maio 03, 2006

"(...) constrói a vida no fulgor desesperado do instante.(...)Onde tudo, reduzido ao essencial, tem a duração da eternidade."


"Arranjar um homem é fácil. E gostar dele?"

- Responde-lhe que sim, mesmo que estejas morta de medo, mesmo que te venhas a arrepender, porque, de qualquer maneira, vais-te arrepender durante toda a vida se lhe responderes que não.
Gabriel García Márquez, Amor nos Tempos de Cólera

Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

(Eugénio de Andrade)

terça-feira, maio 02, 2006

"Depois de as coisas acontecerem é quase irresistível reflectir sobre o que teria sido a vida se se tem feito diferente."
Miguel Sousa Tavares, "Equador"


"When you came my way You brightened every day
With your sweet smile"

Entre a espera e a ilusão de um novo encontro, nasce a velocidade de um tempo inacabado, cuja pressa te deixa sem palavras. Lutas contra ele. No fim de contas, aquilo que fazes realmente é dar-lhe forças que te sufoque nos seus braços.

O tempo é dono de ti, num adiamento eterno da tua vontade.


segunda-feira, maio 01, 2006



Como é que eu sei se já dei o melhor de mim, alguma vez? E se isso não tiver sido suficiente?

Há estragos que nunca se regeneram...

Em que língua se diz, em que nação, em que outra humanidade se aprendeu a palavra que ordene a confusão que neste remoinho se teceu? Que murmúrio de vento, que dourados cantos de ave pousada em altos ramos dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?

José Saramago - Os Poemas Possíveis

sábado, fevereiro 18, 2006


“Meu Deus, concede-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que não sou capaz de mudar e sabedoria para as distinguir uma das outras..."

quinta-feira, fevereiro 02, 2006


Acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.

Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.

Comigo caminham todos os mortos que amei,

Todos os amigos que se afastaram,

Todos os dias felizes que se apagaram.

Não perdi nada,

Apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.

domingo, janeiro 29, 2006

Será preciso motivos?

I'm so tired of playing,
Playing with this bow and arrow,
Gonna give my heart away,
Leave it to the other girls to play,
For I've been a temptress too long.

Hmm just,
Give me a reason to love you,
Give me a reason to be,
A woman,
I just wanna be a woman.

From this time, unchained,
We’re all looking at a different picture,
Through this new frame of mind,
A thousand flowers could bloom,
Move over, and give us some room.

So don't you stop being a man,
Just take a little look from our side when you can,
Sow a little tenderness,
No matter if you cry.

For this is the beginning of forever and ever,
It's time to move over ,
So I want to be.

Hmm just,
Give me a reason to love you”

[Give Me A Reason To Love You - Portishead]
Um dia atiro a alma ao ar e serei friamente feliz...


«Evitei a vida como um pássaro que voa não se sabe como nem para onde, procurando apenas não pousar. Não passei pelas coisas, não compareci, inventei, fechei os olhos, menti, olhei de lado, disfarcei, sempre que pude, fugi. Hoje trago a alma branca, magoada de tanto protegê-la. Mas não a vendi. As minhas intenções eram boas. Eu é que não as percebi.
[…]
Com o meu coração casado, cansado de gostar e de deixar de gostar. Cansado de lembrar e ver, de ver a lembrança à minha frente, e a felicidade atrás de mim, cansado do presente, de ver e de comparar uma com a outra. Cansado de discutir, de não explicar, não perceber, não ser percebido, de perdoar e não ser perdoado.
Cansado de sorrir do meu sorriso, da maneira que a lágrima tem de cair e secar, das portas, das janelas, do ar dentro das casas. Cansado de me animar, de me apanhar do meio do chão, de me meter no carro, de me servir, de me levantar.
Com o meu coração cansado de não saber o que sente, e de descobrir sempre de repente o que não sabe. Com o coração cansado de saber. Cansado de mentir. Cansado de esquecer. Mas coração, mesmo assim..."


Miguel Esteves Cardoso – O cemitério de raparigas
Aquele Abraço...














Ontem falaste-me de abraços,
aquela manifestação de carinho,
que pede um gesto tão simples
como um simples juntar de braços.
Hoje falo-te eu de abraços,
aquela vontade única de ter alguém
bem perto do peito, naquele jeito
de ser envolvido no conforto dos braços!
Por isso, que a força do meu abraço dure para sempre
na tua memória, para que nunca te esqueças
que um dia aconteceu.
Se por algum motivo o quiseres esquecer
que o esquecimento se esconda de ti
e te ofereça a lembrança do nosso abraço...

Mal me quer… Bem me quer…