quinta-feira, maio 04, 2006



Tudo o que sou

não é mais do que abismo
Em que uma vaga luz
Com que sei que sou eu,

e nisto cismo,
Obscura me conduz.

Um intervalo

entre não-ser e ser
Feito de eu ter lugar
Como o pó,

que se vê o vento erguer,
Vive de ele o mostrar.


Fernando Pessoa

Nenhum comentário: